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Térmica em Uruguaiana quer usar casca de arroz

O que hoje é um problema ambiental para Uruguaiana pode ser futuramente uma solução energética: a casca de arroz que sobra da produção desse cereal poderá alimentar uma termelétrica no município. A questão já está sendo discutida entre a prefeitura local, integrantes da indústria orizícola e a empresa Enerbio, que identifica oportunidades na área de energia, realiza o projeto de engenharia e providencia os licenciamentos ambientais da usina. Além disso, a companhia busca os investidores e gerencia a implantação do complexo.

O diretor da Enerbio, Luiz Antonio Leão, diz que há mais de um grupo interessado em injetar recursos na ação, porém, por enquanto, ele prefere não revelar os nomes desses empreendedores. A Enerbio participou da elaboração do projeto da térmica de São Sepé (que tem como acionista majoritária a cooperativa Creral), que já está em operação e servirá de modelo para a unidade de Uruguaiana. A usina em São Sepé possui 8 MW de potência instalada e é capaz de atender a uma cidade de 120 mil habitantes, queimando aproximadamente 70 mil toneladas de casca de arroz por ano.

⏺ Unidade de São Sepé com 8MW de potência instalada servirá de modelo (foto).

Para Uruguaiana, Leão adianta que a ideia é construir um empreendimento de 8 MW a 10 MW, o que significaria um investimento de cerca de R$ 60 milhões, para consumir até 100 mil toneladas de casca anuais. Além de ser uma solução ambiental, o executivo reforça que a estratégia irá gerar renda e empregos para a região. A partir do início das obras, serão necessários em torno de 18 meses para concluir a planta, implicando perto de 120 postos de trabalho diretos.

Leão comenta que cinco hectares configurariam um espaço suficiente para implementar a termelétrica e a perspectiva é que a prefeitura disponibilize uma área para a instalação da estrutura. Com relação ao local, o prefeito uruguaianense Ronnie Mello (PP) sinalizou possibilidades. “O município dispõe de terrenos posicionados estrategicamente nas vias federais, tanto na BR-472 quanto na BR-290, o que facilitará o translado da matéria-prima”, aponta o dirigente.

A comercialização da eletricidade a ser produzida poderá ser feita através do mercado livre (formado por grandes consumidores que escolhem de quem comprar a energia) ou em algum leilão promovido pelo governo federal (para abastecer o Sistema Elétrico Interligado Nacional). Além desse empreendimento, a Enerbio está envolvida com a concretização de uma térmica que será abastecida com casca de arroz em Capivari do Sul, na qual a Creral, assim como em São Sepé, é a acionista majoritária. Essa usina terá capacidade de 5 MW, utilizará 40 mil toneladas de casca ao ano e o investimento estimado é de cerca de R$ 30 milhões. O projeto obteve em julho a licença ambiental prévia e aguarda o licenciamento de instalação. Após o começo das obras, levará cerca de um ano e meio para o complexo ser finalizado e a energia deverá ser destinada para a geração distribuída (na qual o consumidor produz a sua própria eletricidade).

Por Jefferson Klein / Jornal do Comércio

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