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Hospitais filantrópicos da Fronteira Oeste buscam alternativas para enfrentar desfinanciamento

Santa-Casa

Os sete hospitais filantrópicos da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul estão na UTI. A redução dos recursos repassados pelo Estado gerou um quadro de diminuição dos serviços prestados à população, greves e atrasos no pagamento dos fornecedores e dos salários dos funcionários. Alguns gestores já falam, inclusive, no fechamento das instituições, caso o problema do financiamento não seja resolvido. A situação foi debatida hoje (6) pela manhã em audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, requerida pelo deputado Sergio Peres (PRB). “Precisamos trabalhar juntos para encontrar uma saída. Sabemos que, sem os recursos necessários, estes hospitais poderão fechar, gerando calamidade não apenas na região, mas em todo o Estado”, alertou o proponente do encontro.

Representando o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos e Empregados em Casas de Saúde do Rio Grande do Sul (SindisaúdeRS), Renato Correa disse que “o Estado paga menos do que deve e aplica sanções aos hospitais que, sem recursos, não conseguem cumprir as metas estabelecidas nos contratos”. Ele revelou que só a Santa Casa de Uruguaiana tem um prejuízo mensal de R$ 250 mil. A instituição, conforme o sindicalista, deixou de receber do Estado R$ 12 milhões dos R$ 39 milhões previstos para 2015.

Situação semelhante se repete nos hospitais filantrópicos de Santana do Livramento, Alegrete, São Gabriel, Rosário do Sul, Itaqui e Quaraí. O representante do hospital de Itaqui, Ademar Lerner, alertou que a manutenção do atual quadro de desfinanciamento do setor poderá levar à estadualização destas instituições. “Estudos mostram que um paciente nos hospitais próprios do Estado custa de quatro a cinco vezes mais do que num hospital filantrópico”, comparou.

O diretor-adjunto do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (DAHA) da Secretaria de Saúde, Rogério da Silva, garantiu que não há qualquer interesse do Estado em fechar hospitais. Ele explicou que a redução dos valores repassados, em muitos casos, é decorrente de apontamentos do Tribunal de Contas da União (TCU), que determina descontos nos pagamentos em caso de não cumprimento pelos hospitais das metas estipuladas nos contratos.

Silva afirmou ainda que a crise financeira do Rio Grande do Sul tem dificultado a realização dos repasses em dia. “Em função da crise, não temos conseguido fazer os repasses em dia. Neste ano, estamos com dois meses de atraso”, admitiu.

O deputado Tarcísio Zimmermann (PT), que presidiu a audiência, apresentou um comparativo que revela que houve, no ano passado, uma redução nos repasses do Estado para os hospitais da Fronteira Oeste, que varia de 9% a 34%. Conforme o estudo, o hospital de Livramento perdeu 34% das verbas, o hospital de Alegrete teve uma redução de 24%, o hospital de Quaraí sofreu uma queda de 16% nos repasses e o de Itaqui perdeu 9%. Já os hospitais de Uruguaiana, São Gabriel e Rosário do Sul tiveram uma pequena elevação nos valores repassados, de 3%, 1% e 9% respectivamente.

 

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