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Gasoduto pode interligar cinco países do continente

Lucas Redecker

Expansão a outras regiões dependerá do custo envolvido, diz Redecker

A solução para a termelétrica AES Uruguaiana, desativada por falta de insumos desde 2008 e reativada em breves períodos, pode sair da Bolívia. Em encontro realizado nesta quinta-feira, em Porto Alegre, o secretário de Energia da Província de Corrientes, na Argentina, Juan Marcelo Gatti, apresentou uma proposta de implantação de um gasoduto interligando cinco países – Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil – ao secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker. Uma carta de intenções envolvendo as partes deve ser assinada até o fim de agosto para viabilizar a busca por recursos para um estudo de viabilidade técnico-financeira. Também participaram do encontro representantes do consulado argentino e do Itamaraty.

A obra partiria da cidade extratora de Yacuíba, localizada a três quilômetros da fronteira dos territórios boliviano e argentino. Em seguida, passaria pelo Paraguai, por Corrientes, e, nesse ponto, uma bifurcação apontaria o gasoduto para o Uruguai e para Fronteira-Oeste gaúcha. Trata-se da primeira vez em que a ideia é colocada em pauta, e não há prazo para início e término das pesquisas de viabilidade, tampouco se sabe quanto o processo custará e quem arcará com os valores.

Apenas após a assinatura do protocolo de integração energética, a ser realizada no próximo mês, instituições financeiras internacionais serão procuradas para financiar os estudos. A ideia ainda deve ser levada ao Ministério de Minas e Energia.

Uma vez concretizado, o projeto pode solucionar o problema de falta de combustível da AES Uruguaiana. Inaugurada em 2000, a usina está desativada há sete anos, depois que a YPF interrompeu o fornecimento do insumo. Desde então, a estrutura voltou a funcionar por dois meses, em caráter emergencial, em fevereiro deste ano, por meio da importação de gás. De acordo com o prefeito de Uruguaiana, Luiz Augusto Schneider (PSDB)?, a obra seria uma solução “firme” para a termelétrica da cidade. “Pensamos no gasoduto como uma possibilidade de fornecimento para uma série de atividades industriais, criando condições diferenciadas para atração de empresas a Fronteira-Oeste”, afirma.

Além disso, em um segundo momento, será avaliada a possibilidade de expandir o empreendimento por outras regiões do Rio Grande do Sul. Entretanto, segundo Redecker, tudo dependerá do custo envolvido, de quanto o Brasil arcaria nesse total, da projeção de preço do gás e, principalmente, da capacidade de fornecimento. Tais questões serão avaliadas no estudo técnico. “Nos termos e moldes do transporte de gás que chega a Uruguaiana hoje, não nos serve. O estudo terá que apresentar condições de fornecimento constante de longo prazo e sem variações. Se tiver bom fluxo, talvez possamos distribuir para outros pontos do Estado”, explica.

Fonte: Jornal do Comércio

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